Estados de alma
Porém o que me empurra para o precipício é o mesmo que me instiga a ficar deste lado. Será isto o fim? / Sem que se tenham apercebido, eu, violei as suas ondas magnéticas e fiz sexo psicológico. / O pó do rio amarelo é o sangue que jorra do meu corpo e vai de encontro a ti. / O entorpecer dos sonhos mais triviais é o mais belo de todos os estados de alma. / O rímel das tuas pálpebras é a esporra da piça de Deus. / Aqueles simbolismos estúpidos que seguem o anjo são os cornos do tio Belzebu. / Se quiserem saber o que compõe a minha realidade, não consultem as estrelas, pois só pelo oposto encontrarão o sonho. / O golpe mortal, nunca é o mais fundo ou duro, é sempre o mais doce beijo. / O sadismo é o dia-a-dia das mulheres. / Tal como um psicopata que sente prazer em matar, eu, em amar-te. / É já tempo de delinear um futuro incerto. A solidão invade-me... Sofro com o afastamento. Mãe perdoa-me todos os pecados, não devo nada a Deus. / Certezas? Para quê? Se a vida é uma eterna dúvida. / A transparência assusta-me. Revela um mundo próprio, onde a verdade e o irreal se fundem iludindo o simples. /O tempo é uma alucinação colectiva cuja degradação evolui segundo a perversidade de cada um. / A demência que está em cada um de nós torna-se mais perigosa à medida em que ultrapassa a consciência na corrida pela sanidade. / Existe uma beleza mórbida no mais horrificante dos crimes de sangue. Aquando da penetração na carne do pecado por parte da lâmina divina. / Cabelo ao vento... Lamento mas cabelo ao vento é poeira. / A loucura é apenas o primeiro passo para a felicidade. (Dedico a Syd Barret). / Se se pudesse ver o céu, talvez, nem todos para lá quisessem ir. / Tal suor após esforço, a secreção de ideias que ocorre quando escrevo poesia. / Pensar que podias ser um anjo e não passas de um ser normal (faltas ao prometido). / Os rostos da multidão confundem-me, na minha mente só o teu se destaca. / A um canto faz-se amor psicológico, as promessas que se fazem jamais serão esquecidas.
Luís